3 de junho de 2012

Não mais que difícil.



   É difícil voltar das minhas constelações. É difícil te olhar nos olhos sabendo que eu te faço tão bem. Eu sei. É difícil recusar seus convites para uma noite de filme qualquer, onde riríamos e depois eu te abraçaria fazendo o momento durar pra sempre. Ou não duraria? É difícil esconder que eu tento não te perder.
   É difícil ver meu coração descongelando aos poucos, como se o seu calor me envolvesse inteira e fosse capaz de tocar meu coração. É difícil perceber que isso está me matando.  Ainda mais depois de tanto tempo em algum lugar, onde eu flutuava sobre os meus próprios pensamentos sombrios e de onde ninguém poderia me tirar. Ninguém poderia ser capaz de me salvar.
   Enquanto eu buscava por mim mesma lá fora, eu senti sua falta. Dos nossos olhares calorosos durante uma conversa e do seu riso bobo enquanto nos olhávamos do outro lado da janela. Promete não deixar uma carta de despedida por baixo do tapete? Não quero me perder tanto quanto antes, sem luz. Só não me deixe tão morta quanto ontem.

Thais.

2 de junho de 2012

E sonhou com o paraíso...



   Era como um pesadelo. Daqueles em que você só carrega consigo seu coração e um pedaço da sua alma desmoronada e só... Caminha. Ela caminhava pelas trilhas desertas cheias de falsas esperanças e sonhos perdidos. Onde ela estava ninguém sabia responder. Talvez em algum lugar profundo e inteiramente sombrio de sua mente. Algum lugar que só ela era capaz de andar sem rumo... Sozinha. Nada mais importava e restava.
   Confesso que não é muito fácil descrever todo este complexo estado mais ou menos melancólico e que fazia parte e consequência de seus erros. Ela não saberia muito bem dizer o que estava acontecendo, só se encontrava totalmente perdida. E temia. Chovia o tempo todo, as noites continuavam turbulentas e a vida se tornava pesada. E ela apenas fechava os olhos pra sonhar, tentando encontrar um paraíso distante...
   Mas de repente, num dia qualquer, o pesadelo que vivia foi sumindo aos poucos, como se um grande teatro de fantasia e horror finalmente acabasse.  Seus olhos sempre distantes, finalmente se focaram.  O preto e branco talvez não existisse mais e tudo foi capaz de ganhar cor.  A rosa que a pequena menina havia lhe entregado, vermelha e viva, era da cor do sangue que corria em suas veias. Era como se tivesse despertado de um sono profundo, percebendo que se encontrava viva. O paraíso que tanto esperava havia chegado e ela se encontrava enfim, sã e salva.

(Thais)