28 de setembro de 2011

Tarde de verão


   Vou esquentar um café, tomara que chova. Quero sentar e distrair a mente com um livro ou talvez jogar os cigarros largados no cinzeiro pela janela. Tomar uma bebida bem forte para atingir o cérebro que relembra coisas que o coração se esforçou muito para esquecer, sem sucesso. E observar o andamento lento das sombras alaranjadas que o Sol esquece pelos cantos da casa.

   No decorrer da tarde, sentar no piano e dedilhar algumas notas suavemente adocicadas como seu perfume. Ao anoitecer, espero que a chuva passe mas deixe o frio da noite.

 Quero acender uma chama e sentir o calor, olhar a foto que tiramos juntos e delicadamente rasgá-la para ser aquecida na lareira junto com o que sobrou de você dentro de mim. Mas por enquanto é só mais uma tarde de verão com a triste paisagem de algum antigo outono.


(Leandro)

17 de setembro de 2011

Meu singelo coração

   Fica cada vez mais difícil escrever sobre você, pensar em seu nome se torna sempre um motivo para cair ao chão molhado por lágrimas. As palavras que eu não digo ficam me cobrando a hora de serem ditas pra você, mas como?
cada vez mais me vejo distante de segurar sua mão, cada vez mais vejo seu sorriso partindo do meu mundo, deixando-o em pedaços, restos, cacos...

   Até quando vou aguentar meu mundo montando e desmontando por seu sorriso, o coração tão trincado que um simples ''adeus'' tortura meu calado ''te amo''. Não existirá felicidade se você não estiver ao meu lado.

   Não aguentarei por muito tempo guardar um grito desesperado dentro de mim. Não mostrarei a você o que sobrou do meu mundo. Minha vontade agora é bem maior do que tentar concerta-lo, minha vontade agora é sair correndo em sua busca e com todas as forças restantes gritar que foi a você que entreguei meu singelo coração evolvido em um lenço, o mesmo que por muito tempo enxugou minhas lágrimas.



(Leandro)

12 de setembro de 2011

Eu vou tentar não te perder, de novo


   Mais uma tarde sentada em minha cama, desabando em lágrimas. Pensando em tudo o que poderia ser verdade, em toda a incerteza que me desmancha aos poucos. Será que isso nunca vai ter fim? Será que vou ter que chorar muitas vezes, até que tudo dê certo entre nós? Não sei por onde começar. Sempre surge um novo problema e eu sinto uma vontade imensa de gritar ou ter alguém pra me abraçar, até que a dor passe.
   Esses longos meses sem você, certamente foram os mais longos da minha vida. Eu só queria te reecontrar, te abraçar bem forte e fazer a promessa de que nunca nos separariamos novamente. Mas essa tarde, me fez perceber que ao mesmo tempo que um alto muro se reconstrói, ele desaba. O que será que aconteceria? O muro ficaria no chão novamente? Ou as pedras pararariam de desmoronar?
   Achei que esqueceria tudo isso. Todos os sentimentos. Mas agora tudo está de volta. Você está de volta. Mas então, o certo não seria eu viver feliz ao seu lado, já que nos entendemos tão bem? Eu só espero que as pedras parem de rolar um pouco, para que o muro não desabe. Eu só quero ter um tempo pra respirar.
   Mas estou aqui calada, sofrendo. O pior não é o ciúmes, é algo bem mais forte. É o medo de te perder. O medo que você me deixe novamente, como daquela vez que foi embora e deixou as fotos junto aos sentimentos. Prometeu que não voltaria e deixou suas roupas, seu cheiro, sua lembrança junto ao meu peito.
   É só mais uma segunda-feira tediosa e a tristeza me invadiu. Junto ao meu travesseiro deixei uma lágrima quente rolar, e penso que dessa vez não vou suportar se você for embora.



  (Thais) 

9 de setembro de 2011

Mil cartas, mil flores, mil textos

 
   Siga sem olhar para trás. Se eu soubesse que este seria nosso futuro, agarraria com garras e dentes aquele nosso passado, mas agora eu faço parte do seu passado. Faço parte das lembranças, dos apertos, dos riscos e dos sentimentos.

Se eu pudesse, evitaria sua partida. Se eu pudesse, evitaria minha dor. Se eu pudesse, teria você de volta. Faria de tudo para ser feliz ao seu lado e faria de tudo para ver você feliz ao meu, mesmo que isso custasse minha vida toda, mesmo que isso custasse mil cartas, mil flores, mil textos, infinitos poemas. Mesmo que isso custasse todo meu sentimento. Tudo por um sorriso seu.

Vá em frente e não olhe para trás, não quero que me veja chorando ajoelhado implorando para ter você de volta. Te guardarei para sempre dentro de mim e terei de ir atrás de você em outra vida, pois nessa eu te perdi.


(Leandro)

8 de setembro de 2011

Gritei seu nome ao vento

 
   Um dia pra ficar sentado na grama verde desenhando seu rosto nas nuvens passageiras,
tentando filosofar sobre as diferenças do amor e da paixão. O que me parecia tão simples
enquanto não acontecia comigo, a teoria que vem antes da prática sempre foi mais fácil.

 Sentei no banco frio de uma praça, gritei seu nome ao vento, pensei em você. Pensei em como soltei sua mão, em como acariciei seu rosto, em como apreciei seu cheiro.
De uns tempos para cá, a realidade tem sido uma mesma triste e sombria, uma mesma chata
e vazia, uma mesma de qualquer filme de romance antes do reencontro sem você ao meu lado.

Vivi esses últimos tempos empurrando com a barriga a saudade que tenho de você sorrindo por minha causa. Procurei você em cada esquina, em cada olhar. Mas não trouxe a esperança em seu lugar.

(Leandro)

6 de setembro de 2011

Correndo na sua direção, não olhando para trás


   Sentia como se estivesse andando numa ponte que cruzava um grande abismo, uma ponte toda podre e quebrando aos poucos...

   Mas agora uma parte dela está desmoronando. Estou com medo de sair correndo e ela sumir de baixo dos meus pés. Estou alimentando uma coragem, estou sentindo frio por essa fina névoa que cobre toda a extensão da ponte. Estou vendo uma pessoa no final dela, estendendo a mão pra mim. A mesma pessoa que estava comigo quando ela era nova e não fazia esses ruídos amedrontantes, enquanto a névoa não turvava minha visão. Agora posso ficar aqui, parado, vendo a ponte cair e me levando para o fundo, ao mesmo tempo que a pessoa se cansa de esperar e vai embora. Mas posso ir correndo em sua direção não olhando para trás, não me importando com a névoa, não olhando para a ponte, não olhando para o abismo.

   E se eu fizer mesmo isso, se eu sair correndo em sua direção enquanto a ponte desaba, enquanto o abismo a engole tentando me levar junto ao fundo. E se quando eu chegar até ela com tudo despedaçando e ela não estender a mão para me segurar, se ela deixar esse abismo me engolir, vou despencar do alto junto com a ponte que eu mesmo ajudei a construir. Meus gritos de medo serão abafados pelos risos de alguém que  permitirá minha queda.

   O que mais amedronta não é o abismo em si, e sim a queda. O tempo que se leva até chegar ao fundo do abismo. Até mesmo porque, depois que se está no fundo, não ha mais o que temer...


(Leandro)

4 de setembro de 2011

Everybody needs somebody

   Sabe aquele mundo estranho e difícil de entender? Então, esse é o meu mundo. Por mais que isso seja clichê e as pessoas achem que todas as vidas são lamentavelmente estranhas, acho que posso dizer que os últimos acontecimentos na minha são literalmente bizarros, e nisso incluem-se os sentimentos. 
   Vamos começar pela parte de amar loucamente alguém e se passar por uma completa idiota para todos. E então você se pergunta: “Mas isso não é o amor?” A minha resposta será sim, mas não quando você descobre que essa pessoa te ignora completamente e perde as esperanças e expectativas imaginadas. Bom, essa pequena e complicada fase de incerteza que vivi já foi apagada, apesar de algumas pessoas ainda ficarem remexendo nesse "entulho" do meu passado. E sim, ainda sei que virão várias incertezas pela frente, como agora, ou não.
   Sei que não sou só eu, mas quando se tem um lado estranhamente romântico em você e um pouco psicótico também, isso querendo ou não, é constantemente despertado. Pois bem, quando gostamos de alguém, vamos dizer que esse “outro eu” fica aflorado e o mundo parece ser o mais lindo possível, como a pessoa que você fica o dia inteiro pensando, também. Mas e quando a paixão acaba e o seu mundo é quebrado em mil pedaços, assim como seu coração? É claro que vamos pensar em somente ser felizes daqui pra frente, mas enquanto o tempo passa, você sente falta de algo.
   Estranho dizer isso, ainda mais para mim, que tento ser o mais independente possível. Mas sentimos falta de alguém, alguém do qual precisamos e alguém do qual precise de nós. De repente aquelas musicas e textos sobre o amor não fazem mais sentido, afinal, em quem vamos pensar? E com a ansidade de achar alguém que nos complete e que faça tudo ter um sentido de novo, inventamos novos amores, reparamos em certas pessoas e sobretudo, passamos a amar quem menos esperavamos. No final de tudo, novas escolhas aparecem. E eu me pergunto se a vida toda vai ser assim.
   Só que o mais importante nisso tudo, é que não queremos se apaixonar por uma pessoa para simplesmente tudo fazer sentido de novo, nosso mundo parecer o mais lindo e basta. Queremos alguém que nos complete e entenda de tal forma, que precisaremos dela para simplesmente viver. E apesar de príncipes, princesas e todo reino encantado não existir e a vida não ser como nos filmes, eu ainda tenho sempre a mesma dúvida: "Será que é essa a pessoa que eu sempre esperei e vai me fazer feliz para sempre?"



  (Thais)

3 de setembro de 2011

Mesmo não voltando, vou esperar você


Pode chegar mais perto, sente-se, não repare na bagunça que você deixou. Pode se sentir em casa. Pegue este guardanapo para limpar o batom de sua boca ou enxugar as lágrimas de meus olhos. Não precisa chorar, eu estou aqui chorando por você, então pode me abraçar se precisar.

A mala está onde você deixou quando chegou e imploro de joelhos para não refazê-la.
Não tire minha mão do seu rosto, deixe-me sentir o toque da sua pele só mais uma vez, eu insisto.
Pode ser a minha última chance de guardar seu cheiro para o meu sempre, não me deixe desperdiçar.
Olhe nos meus olhos mais uma vez, e deixe seu último sorriso antes de ir. Eu prometo que com
muita dificuldade vou soltar seu braço e deixar você levar suas malas com tudo que trouxe.

Eu levo você até a porta, está muito frio lá fora. Não tenha medo de segurar minha mão, essa é a última vez que você vai tocar meus dedos finos e frios. Deixe-me destrancar a porta. Entregue a chave que deixei com você, vou guardá-la no vaso com as flores murchas ali no lado da porta de entrada, se um dia você precisar voltar.

Estou vendo você ir embora, você está escorregando pelos meus dedos.
Grito em silêncio para você voltar, mas seus fones estão com a música muito alta para me ouvir,
a música que eu disse que seria nossa.

Mesmo não voltando, vou esperar você...

(Leandro)