25 de outubro de 2011

Último momento



   Espero que não tenha ficado preocupada por aquela madrugada que eu te liguei meio embriagado falando o quanto era difícil viver sem você, e ao longo do próximo dia me envergonhei de olhar em seus olhos. Acho que você reparou o descaso de quando andei cambaleando pela noite para esquecer que a vida estava sendo dura. Imagino que não ficou comovida quando ouviu minha voz rouca dizendo que, eu estava totalmente sem chão por você estar longe. Se quer tentou sentir algo invadindo seu peito, como eu mesmo tive o desprazer de sentir e calado resistir a dor que isso pôde causar.

   Você virou de costas depois de me dar um tapa na cara quando tentei roubar o último beijo. Eu te daria a Lua para evitar que fosse embora. Os detalhes mais escondidos podiam ser reveladores ao som de uma música qualquer com batida suave.

   Agora, jogado num banco de praça iluminado pela luz da noite, após ter andado pelas ruas gritando seu nome, fico maquinando planos infalíveis para conseguir fazer você voltar. Mas a alta madrugada impede que eu pense com a clareza suficiente. Sendo assim, vou esperar pela manhã, talvez eu tente fazer o relógio voltar ao passado para aproveitar aquele nosso último momento...


(Leandro)

23 de outubro de 2011

Um verão...

                                                                                                                                                                                                   
   Depois de tanto tempo, ainda não me acostumei com despedidas. É incrível como as pessoas acabam saindo da sua vida. Por bem ou por mal, você se foi, mas ao contrário do que imaginei, meu coração ainda continua batendo. Não quero descartar ilusões, mas ainda é cedo de mais para amar. Despedidas geram choros e um infinito silêncio na madrugada.
  Tudo durou exatamente um verão e eu ainda guardo no fundo da gaveta, dentro de um caderno rabiscado,  a carta de papel amassado que nunca foi entregue. Aquela que explicava tudo.           
   No meu quarto escuro eu relembro todas as histórias que já passei. Todas as pessoas que já conheci. Não consigo descrevê-las, o papel continua em branco e as palavras saem embaraçadas. E quando minha cabeça dói, eu sei que o tempo está passando rápido demais. Eu só queria parar, descer um pouco desse carrossel que vive dando voltas, organizar os meus pensamentos, guardar os  sentimentos e gravar algumas memórias. Seria bom.
   O dia amanheceu, não quero acordar. Quero ficar nos meus sonhos, onde você está comigo. Onde não há despedidas. Mas a realidade os invade, e o despertador toca. Sou obrigada a acordar e esperar incansavelmente para que a noite chegue de novo e eu possa te abraçar nos meus sonhos.

(Thais)                                                                                                                                           

O coração em seu olhar



   Odeio rotinas, mas já ficou rotineiro passar as noites acordado pensando em você, pensando em como estou longe de um dia sorrir vendo seu sorriso. Olhando para a luz da Lua buscando respostas que ninguém tem. O coração jogado do outro lado do quarto escuro, algumas cartas não entregues a você espalhadas pelo chão, fazendo tanto pensamentos quanto as circunstancias serem mais bagunçadas.

   Não sei quanto tempo mais suportarei ficar longe, meus sentimentos querem gritar no telefone com você essa noite. A última coisa que vou fazer é desistir de viver ao seu lado. Seja lá quanto tempo durar sua ausência, vou correr atrás de você em quantas vidas forem necessárias até te encontrar em algum vago olhar, pois este será o único olhar que carrega uma coisa minha, este é o único olhar que carrega meu coração.


(Leandro)

17 de outubro de 2011

Difícil esquecer, se tudo que faço lembra você



   Outra noite que não durmo. É difícil tentar te esquecer se tudo que faço lembra você. A cada musica que ouço, lembro de um detalhe seu. O pensamento a mil de madrugada num quarto afastado do mundo. Não é fácil visitar o cenário do nosso romance sem deixar uma lágrima como pedágio. Em pensamento, faço toda a rota pelos lugares e momentos que passamos juntos. Revivo os gestos e risos. Ouço sua voz e até mesmo sinto seu cheiro. Lembro as palavras ditas, as juras feitas, os segredos guardados e os detalhes marcados.

   Mais cedo caminhei pela noite à fora observando os rastros que a noite deixou pelo céu, como os que você deixou em mim. O frio fazia parte do cenário onde eu e você já estivemos juntos, vivendo tantas lembranças que apesar das circunstancias, ficaram marcadas como boas lembranças, só pelo fato de você existir nelas. E agora enquanto você vive, eu finalmente vou dormir.


(Leandro)

15 de outubro de 2011

É o fim




   Acordo no meio da noite, a luz fraca faz o quarto ficar mal iluminado. O coração apertado faz os cantos
da cama ficarem afastados. A caneta falha e não me deixa riscar o papel envelhecido encima da comoda.
A noite perdeu o mistério, juntamente roubaram o brilho das estrelas que aos poucos vão se retirando
do céu para o Sol lamentavelmente nascer.

   Nos sonhos de um menino como eu, os dias não estão mais claros e o vento não proporciona mais frio. O chão não está mais duro, a queda se torna suportável. Está impossível diferenciar as cores do arco-íris desenhado no céu num tom preto e branco. O mundo aqui se tornou assim depois de sua partida, remotamente desolado e sem vida. Não se ouve nada a não ser o rangido de uma senhora que ainda se arrisca a varrer a rua por onde ninguém mais passará. Ainda se vê numa lixeira um violão abandonado e logo atrás um muro pixado com as letras que colorem um pedaço da rua dizendo ''é o fim''.


(Leandro)

13 de outubro de 2011

Ser forte



   Me explique o porque de olhar para o céu e contar as estrelas, se posso ver todas juntas em seus olhos. Explique o motivo de olhar nossas caretas em fotos e ouvir sua voz dizendo pra não desistir de lutar.

 Sempre fui o marujo que se engana com a voz da sereia que o quer levar para o fundo do oceano. Sempre fui o alpinista que chega no topo da montanha e não quer mais descer. Mas dessa vez o coração segurou meu braço antes de cometer outros erros, pois dessa vez ele não quer se machucar novamente. Prefere as feridas não cicatrizadas do que ferimentos mais profundos que minhas atitudes podem causar.

 Não vou me render ao frio destino, vou ir contra a correnteza e enfrentar as ondas mais fortes para te encontrar do outro lado da praia. Mesmo não sendo forte, vou resistir até que o mundo possa me tirar a última gota de esperança para impedir que eu lute por você.

(Leandro)

12 de outubro de 2011

A última lembrança

   Naquela manhã o dia amanheceu diferente. Não estava frio, mas o ar era de um frescor irreconhecível. Os raios do sol batiam em meus olhos e refletiam nas paredes que faziam sombras. Fui andando em sua direção. Ao te ver,  fiquei na ponta dos pés e lhe dei um longo abraço, sem saber que este seria o último. Te senti pela última vez. Não me importava com os olhares curiosos ao redor, o meu mundo girava em seus braços. O meu mundo pertencia à você.
   
Seguimos caminhos diferentes. Eu já deveria saber desde a primeira vez que minhas lágrimas caíram por você. Mais lágrimas cairiam. Haveria saudade, tristeza e decepção. Haveria um coração partido.
 
No dia em que te perdi para sempre, o crepúsculo já havia iniciado. Eu andava pelas ruas desertas observando o final de uma tarde vazia, iniciando o começo de uma noite fria. O tom alaranjado no céu era lindo, mas chovia. E isso fazia com que os galhos sem folhas balançassem como num temporal. Eu senti aquele chiado voltar, dentro do meu peito. Eu tentava engolir o choro, mas um gosto salgado e amargo surgia de dentro da minha garganta.
   
A noite, quando finalmente a luz da lua já iluminava meu quarto, eu tentava pegar no sono enquanto lágrimas quentes escorriam pelas minhas bochechas. Eu escutava a nossa música. Veio a minha mente a imagem da nossa última lembrança e foi assim que tudo escureceu. Eu adormeci para um novo amanhecer.


(Thais)

11 de outubro de 2011

O dia que você se foi


    Aquele dia que você se foi chovia, chovia muito como se o céu acompanhasse meu choro. Como se todo o destino tivesse fracassado. O tempo novamente andou em câmera lenta, mas dessa vez você não estava em meus braços. Você não viu eu implorar de joelhos pra que você voltasse. O Sol não suportou minha tristeza e se pôs para a Lua me consolar. O céu estava lotado de nuvens que assistiram de camarote sua partida e impediram
o brilho das estrelas de me iluminar. Como um típico final de filme, mas, sem o felizes para sempre.

   Tento sorrir durante as tardes para a tristeza não fugir por meus olhos. Nos sonhos consigo ser feliz pois você está em cada um deles. Mas na manhã seguinte quando acordo, desabo na triste realidade de você não estar do meu lado para me abraçar, a tristeza habitual retorna. Já faz parte de mim.

   Quando me lembro daquele dia que você se foi, o céu novamente se enche de nuvens e as gotas de água dessa vez escoam também pelos meus olhos, só pela lembrança. Só pelo momento. Somente pelo sentimento ou sensação de ter a certeza que neste caminho não haverá mais volta.


(Leandro)

10 de outubro de 2011

Triste realidade


   Olhei pra você de relance, te vi sorrindo. Sabia que não era por minha causa, mas, minha cabeça teima em pensar que está tentando ser feliz, e de fato está. Eu não consigo. É realmente impossível sorrir se não for por você. Seria falso.

   Debruçado no travesseiro fico relembrando quando você estava do meu lado sorrindo e me fazendo sorrir. Até hoje falta o pedaço que você arrancou do meu coração. Hoje você não sente mais minha falta como antes, ou esconde muito bem se ainda sente. A luz foge na janela quando pensamentos seus invadem meu quarto e fazem tudo ficar sombrio, triste, ausente...

  Era um dia tão lindo quando você levou meu coração de mim, quando você prometeu voltar. Pensei em você durante as tardes mais frias, na esperança de ser aquecido pelas lembranças. As lembranças são frias. Não pensei na hipótese de apagar o fogo que queima tão enérgico em meu peito, mas a chama vai diminuindo conforme o material de combustão vai acabando, até sobrar uma pequena chama inútil, imóvel e impossível de aquecer o peito que você mora, desde aquele dia tão lindo. Aquele dia que você se foi.


(Leandro)

9 de outubro de 2011

Não consigo pensar em te esquecer


   Mais uma madrugada que não durmo, minha insônia carrega seu nome. Perdido, completamente perdido em pensamentos, sentimentos e lágrimas. Só consigo pensar em uma coisa. Só consigo pensar em seu sorriso. O cobertor me serve de abraço, minha memória me serve como arma de tortura, auto-flagelo. Não consigo parar de pensar em você. Não consigo pensar em te esquecer. Me acostumei com a dor de hoje, mas a de amanhã será sempre pior.

É incrível o modo como minha cabeça fica obscurecida, mesmo com uma luz fraca de um abajur azulado e velho me iluminando. A cabeça teima em ficar sombria nos momentos que penso no que sinto por você. Quando penso que poderia ter feito você feliz, mas te perdi inevitavelmente. Só penso se você pensa em mim, se ainda sente algo, ou se apenas sente uma enorme pena por me ver nesse estado desolado e inconsolável.

Se você pensa em mim quando sabe que estou sofrendo, vou sofrer pra sempre e torcer para você pensar em mim para sempre. Pois eu iria até o céu buscar um pedaço da mais linda núvem e te presentear com mais um dos pedaços do meu coração, que está todo quebrado dentro de mim, amarrado por uma fita com seu nome.


(Leandro)

Perdi o que nunca foi meu


   Você morreu. Não houve caixão nem velório, apenas seu sumiço. Em uma tarde mórbida, você desapareceu e dessa vez eu sabia que seria para sempre. Somente eu compareci ao enterro das memórias. A vontade era entregar meu coração ao vento, para que aonde quer que você fosse ele estivesse contigo.  
    Não posso negar que te perdi. Esse era meu maior medo. O sonho se desfez em um pesadelo. Tudo acabou como uma mera noite, e sabíamos que um dia eu iria acordar. Não foi por falta de esforços. Te agarrei da melhor maneira que pude, te amei. Mas você se foi e agora não haverá volta.
     Restam-me as memórias que ainda habitam meu coração, que me farão carregar seu fantasma aonde quer que eu vá, pois pensarei em você. Perdi o que nunca foi meu.
    Me desculpe se falei todas as verdades cruas antes de você partir, mas não me arrependo das coisas que disse. Faziam um enorme peso em meu peito, e o fazia chiar a cada vez que eu chorava pelo mesmo motivo. As verdades ditas esvaziaram a dor que machucava meu peito, mas a saudade o aperta a cada vez que sinto seu cheiro e relembro as coisas malucas que me disse. Que me faziam tão bem. Você me fez tão bem.
    Apesar de quase tudo ter sido uma grande farsa e que sua vontade maior sempre foi juntar suas malas e me deixar sem explicação, ainda tenho a esperança de que tenha me amado. Uma única vez, um único dia. Mas agora, isso já não importa. Nada mais é recíproco.
   São palavras fortes, mas a pessoa que conheci, morreu. A pessoa que eu amei, não existe mais. Apesar de ninguém ter notado a mudança repentina de seus gestos e manias. É apenas mais uma sensação, que apenas eu posso sentir. Acho que é melhor assim, para a minha felicidade. Pois eu sei que agora posso viver sem você.

(Thais)