25 de fevereiro de 2012

Alguém que desistiu de amar



   Já mudei, já sofri e agora abandonei. Enjoei do gosto do café, ele não me mantem mais acordado e não há discrepância entre estar ou não acordado se o melhor da vida eu não tenho mais. Joguei fora. Bati a porta na cara da felicidade e guardei a alma em uma caixa que nem eu mesmo sei onde coloquei em meio a tanta bagunça e maluquice.

   As nuvens fazem desenhos repetitivos e o brilho do dia não tem serventia para quem esta dentro de um caixão tão bem enterrado que chega a doer. Seria sorte ter um amor tranquilo, amor-manhã-de-inverno, amor com frio no rosto e com o coração a todo vapor. Um chalé no meio da montanha sem a brisa das árvores não seria menos interessante do que um abraço pela manhã.

   Seria sorte embrulhar todas essas emoções pra viagem e jogá-las na beira da estrada como quem se desfaz de um cadáver, sem sentir luto ou pena. Acordaria todas as manhãs com a sorte do meu lado, se não tivesse escondido o tal catalizador de amar, tão bem protegido dentro do peito que nem mesmo o mais doce beijo é capaz de acender a luz que não existe num alçapão como a cabeça de alguém que desistiu de amar.


(Leandro)

24 de fevereiro de 2012

Meu preço seria apenas seu amor



   Enquanto me tiver, quero ser útil pra você. Quando você me encontrar pelas esquinas, me beije antes de falar comigo. Tudo que eu posso te oferecer é meu amor, talvez uma parte de meu coração ou até um lugar em minha alma. Podem me jogar em um mar de loucura, que mesmo assim nadarei até você. Até mesmo na agonia de te ter longe, farei todo os quilômetros se transformarem em beijos quando olhar em seus olhos e sentir sua pele.

   Seu olhar pode ser meu quarto e sua boca minha sala, não quero pedir muito, só o amor é suficiente.
Como eu me perderia no caminho para casa, se ninguém esquece o caminho de casa? Deve ser por isso eu jamais esqueci o caminho até você. Cada estrela grita para eu te alcançar e te fazer feliz numa dessas noites em que o luar não aparece pela janela, mesmo sabendo que ele está lá observando seus olhos se fechando lentamente enquanto pensa em alguma paixão. E como tudo tem um preço o meu seria apenas seu amor...

(Leandro)

11 de fevereiro de 2012

Como é mesmo?


    Chato, chato, chato. Minha vida se tornou um pouco tediosa sem a emoção de um grande amor ou coisa parecida. Eu não sei mais amar, mas confesso que me sinto livre. Diferente de aprender a andar de bicicleta todas as tardes e voltar a fazer o mesmo depois de um longo tempo, amar não é assim. Pelo menos pra mim. Cada amor, cada momento, cada pessoa é diferente. Nada é substituível e nada será igual ao que já foi um dia.
   As cicatrizes que tenho espalhadas pelo meu coração, são só... Cicatrizes. Não doem, não ferem, não fazem diferença. Apesar do motivo delas estarem ali sempre ser lembrado e fazer rolar uma lágrima ou outra. Nada muito significante.
   Talvez esteja sendo dura ou seletiva demais, mas ninguém me anima. Ninguém tem o amor incondicional para me oferecer, assim como o ofereceria. Assim como eu sentiria. Aquele amor que de todas às vezes, eu só tenha sentido uma vez. Aquele que ao mesmo tempo em que feriu foi insuportavelmente bom e me fez bem. Pois é estranho descobrir que tudo isso ficou guardado em meu peito sem eu enlouquecer. Mas... Como é mesmo?
   Eu desaprendi a amar. Espero relembrar, reaprendendo em breve, de um jeito calmo e sem pressa. De um jeito que me faça feliz. Se é que alguém será capaz de tornar tudo real outra vez...

(Thais)

9 de fevereiro de 2012

Caminhar sozinho


   Acordo assustado de um pesadelo e já logo caio em outro. Cada passo que eu dou, vivo um pesadelo por não ter você aqui. Paixão que se transforma em obsessão. Não consigo segurar meus sentimentos calados dentro de mim. Eles precisam sair, precisam vadear até seus ouvidos em uma das noites de embriaguez.

   Você gosta de me ouvir recitar poemas que eu mesmo faço com seu nome, gosta de várias coisas em mim (então por que tem que ser assim?), mas eu entendo o lamentável sopro do destino que desuniu nossos caminhos. Fazendo-os ser tortuosos e muitas vezes insuportável caminhar sozinho. Acredito que não haverá nada nem ninguém neste universo que suprirá minha intensa necessidade de você, até que a morte acabe com este vício pelo qual sofro a abstinência de não ter você por perto.


(Leandro)

Diga que não me ama


   Olhe nos meus olhos, e diga! Diga que não me ama, que tudo não passou de Era uma vez... pra mim. Segure minha mão e vamos dançar essa musica que você ainda não deve ter esquecido os passos, por consideração. Ouça minha voz no seu ouvido e sinta como não faz mais efeito a nossa química. Você não mudou nada desde a minha ultima lágrima. Por fora continua minha, por dentro só você pode me dizer bem baixinho no meu ouvido como está.

   Não me diga que virou madrugadas pensando em mim, pois terei de dizer-te o mesmo. Não me diga que sentou no cenário e vislumbrou a morte de tudo novamente. Diga somente que tudo acabou. Sofri pela emoção de te ter uma, duas, três, quantas vezes foi possível nocautear o coração até o golpe de misericórdia.

   Você não sabia, mas eu tinha intimidades com seu coração, como velhos amigos que acabaram de se conhecer na rua depois de fugir de casa. Ele me dizia coisas lindas pelos seus olhos enquanto eu ocupava sua boca. E o mais importante é que eu o amava. Não me diga que ele está machucado, não deixe que ele escape novamente.

(Leandro)

O paraíso



   Ainda deixou meu peito iluminado, o brilho dos seus olhos. Desde sempre até o sempre, houve uma tendência à historias de amor ou algo tão prazeroso como um brilho que vem de seus olhos. Eternamente por alguns segundos eu viajo até nosso mundo, que tão inocentes construímos sem saber a cada sorriso que você me arrancava. Viagens tão alongadas que por algum momento imagino te reencontrar no fundo de minha mente e te puxar até trazê-la novamente para a minha realidade, trazê-la para o meu lado, para dentro do meu abraço por alguns instantes e depois devolvê-la para o mundo fantasioso dessa ilusão.

Não sabe, você não sabe. Mesmo que saiba, que ainda viaje para o nosso paraíso, ele está se desfazendo em lágrimas, ficando a cada melodia mais obscuro. Mas eu carrego a esperança junto a você no meu peito, de que em uma manhã alguém entrará nesse universo totalmente paralelo e trará o brilho que carrega nos olhos, novamente a iluminar toda essa inacabável lembrança.


(Leandro)