10 de novembro de 2012

Uma face da fase


   Andei pela rua tomando chuva na cabeça, com o coração gritando por liberdade na cadeia do pensamento. Canalizar as emoções só me fez notar o quão defeituosos são os encanamentos do meu corpo, e a tamanha necessidade de amplificação da minha voz.
   Antes eram os gritos da minha autonomia, do meu pensamento livre, e agora cada célula do meu sangue vai consumindo o oxigênio que guardei antes de minha boca ser vedada pela mão do conformismo.
   Hoje o egoismo das bactérias que vagam pela rua me assustou, os vírus que são lançados a venda no mercado me deixaram com marcas de esperneio por não querer consumi-los, minha vontade de partir para um lugar só meu e dela é cada vez maior.
   Quando chego em casa, tiro a roupa e me vejo como o animal racionalmente emocional que me tornei, e casualmente a chuva afina até cessar. 



Leandro

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