29 de agosto de 2011

O ato de amar


   Me seguro, me prendo, me calo. Não me permito viver.

   Não sei qual a força que me mantém camuflado por trás de um sorriso.
Sou todo solidão, sou tão reservado para mim mesmo, sou tão seu.

   Dizem que vencer a luta não te faz vencer a guerra, mas para vencer a luta
é preciso de forças tanto do vencedor para saber vencer, quanto do perdedor para saber perder.

   ''Mais vale uma digna vitória do que uma suja trapaça''. Seria trapaça se eu dissesse tudo o que eu sinto para você ou eu estaria vencendo dignamente? Estaria me soltando? Me deixando expressar e me permitindo viver? Deixando meus escudos e armas de lado e usando a mesma arma do inimigo, seria uma forma de vitória?

   Construí uma forte muralha impenetrável, mas também pode-se chamar de prisão de segurança máxima,
onde ninguém entra para me ferir e eu não saio para me conhecer. Você achou no meio
dos meus bagunçados gestos, a chave que abre essa prisão. A chave que me liberta pra você,
é a mesma que me torna vulnerável a tudo.

   Talvez essa dificuldade e confusão seja mesmo real. Tinha medo de sofrer até conseguir suportar a dor sorrindo, me iludindo. Ou talvez seja apenas mais uma das minhas complicadas formas de explicar algo inocentemente inexplicável...

   O ato de amar.

(Leandro)

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