15 de outubro de 2011

É o fim




   Acordo no meio da noite, a luz fraca faz o quarto ficar mal iluminado. O coração apertado faz os cantos
da cama ficarem afastados. A caneta falha e não me deixa riscar o papel envelhecido encima da comoda.
A noite perdeu o mistério, juntamente roubaram o brilho das estrelas que aos poucos vão se retirando
do céu para o Sol lamentavelmente nascer.

   Nos sonhos de um menino como eu, os dias não estão mais claros e o vento não proporciona mais frio. O chão não está mais duro, a queda se torna suportável. Está impossível diferenciar as cores do arco-íris desenhado no céu num tom preto e branco. O mundo aqui se tornou assim depois de sua partida, remotamente desolado e sem vida. Não se ouve nada a não ser o rangido de uma senhora que ainda se arrisca a varrer a rua por onde ninguém mais passará. Ainda se vê numa lixeira um violão abandonado e logo atrás um muro pixado com as letras que colorem um pedaço da rua dizendo ''é o fim''.


(Leandro)

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