9 de outubro de 2011

Perdi o que nunca foi meu


   Você morreu. Não houve caixão nem velório, apenas seu sumiço. Em uma tarde mórbida, você desapareceu e dessa vez eu sabia que seria para sempre. Somente eu compareci ao enterro das memórias. A vontade era entregar meu coração ao vento, para que aonde quer que você fosse ele estivesse contigo.  
    Não posso negar que te perdi. Esse era meu maior medo. O sonho se desfez em um pesadelo. Tudo acabou como uma mera noite, e sabíamos que um dia eu iria acordar. Não foi por falta de esforços. Te agarrei da melhor maneira que pude, te amei. Mas você se foi e agora não haverá volta.
     Restam-me as memórias que ainda habitam meu coração, que me farão carregar seu fantasma aonde quer que eu vá, pois pensarei em você. Perdi o que nunca foi meu.
    Me desculpe se falei todas as verdades cruas antes de você partir, mas não me arrependo das coisas que disse. Faziam um enorme peso em meu peito, e o fazia chiar a cada vez que eu chorava pelo mesmo motivo. As verdades ditas esvaziaram a dor que machucava meu peito, mas a saudade o aperta a cada vez que sinto seu cheiro e relembro as coisas malucas que me disse. Que me faziam tão bem. Você me fez tão bem.
    Apesar de quase tudo ter sido uma grande farsa e que sua vontade maior sempre foi juntar suas malas e me deixar sem explicação, ainda tenho a esperança de que tenha me amado. Uma única vez, um único dia. Mas agora, isso já não importa. Nada mais é recíproco.
   São palavras fortes, mas a pessoa que conheci, morreu. A pessoa que eu amei, não existe mais. Apesar de ninguém ter notado a mudança repentina de seus gestos e manias. É apenas mais uma sensação, que apenas eu posso sentir. Acho que é melhor assim, para a minha felicidade. Pois eu sei que agora posso viver sem você.

(Thais)

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