2 de março de 2012

Você chegará


   Uma hora você chegará. Vou estar na janela com um baita sorriso tolo, aquele sem graça e ao mesmo tempo encantado. Os anos que esperei teriam válidos a pena? Meu coração vai palpitar mais forte e as borboletas presas em algum lugar de minha mente voltarão a dar voltas por todos os cantos do meu estômago? Eu tenho medo.
   É estranho pensar em tudo isso, mas todas as vezes que sinto que o amor chegará tenho medo, medo de que me torne vulnerável de novo. Tenho medo que chegue forte e inevitável em vez de calmo e sem pressa. Tenho medo de me tornar patética e deixar que meu coração, que calejado mas feliz e sem rancor do passado, seja quebrado mais uma vez.
   O meu eu egoísta e independente, onde parará? Dependerei de alguém para ser feliz? Não quero isso, não mais. Não quero alguém que me deixe, não mais. Não quero ontem. Quero tudo pra hoje, amanhã e sempre. Quero amar com intensidade, mas sem que me entregue de vez no começo.  Isso será possível? Não quero enlouquecer de vez.
   Mas o inevitável sempre acontece e esse sentimento conhecido, porém esquecido, com certeza voltará. Eu estarei pronta? O que eu poderia esperar disso tudo? Infelizmente, as respostas para todas as minhas perguntas se resumem em uma palavra que eu odeio: Tempo. Sim, eu odeio esperar.  Mas o tempo tem lá suas vantagens... Fez com que todos os buracos cavados de sentimentos tristes e rancorosos, no meio de um chão podre em uma floresta deserta, fossem fechados. Muita chuva caiu, muitas ventanias, trovões e raios passaram, mas o sol chegou juntamente com muita terra e grama de um verde vivo e fez com que todos os sentimentos ruins ficassem esmagados dentro destes buracos que se fecharam, por qual eu nem lembro mais onde se encontravam. Sumiram. E ali, nasceu uma flor em cada canto da floresta.
   Mas e agora, menos tempo faltará para que esse sentimento volte? Não tenho pressa, é só curiosidade. Só queria que alguém respondesse todas as minhas perguntas com uma simples chegada. Aquela que me deixaria esperando na janela, com um baita sorriso tolo, aquele sem graça e ao mesmo tempo encantado.


(Thais)

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