25 de fevereiro de 2012

Alguém que desistiu de amar



   Já mudei, já sofri e agora abandonei. Enjoei do gosto do café, ele não me mantem mais acordado e não há discrepância entre estar ou não acordado se o melhor da vida eu não tenho mais. Joguei fora. Bati a porta na cara da felicidade e guardei a alma em uma caixa que nem eu mesmo sei onde coloquei em meio a tanta bagunça e maluquice.

   As nuvens fazem desenhos repetitivos e o brilho do dia não tem serventia para quem esta dentro de um caixão tão bem enterrado que chega a doer. Seria sorte ter um amor tranquilo, amor-manhã-de-inverno, amor com frio no rosto e com o coração a todo vapor. Um chalé no meio da montanha sem a brisa das árvores não seria menos interessante do que um abraço pela manhã.

   Seria sorte embrulhar todas essas emoções pra viagem e jogá-las na beira da estrada como quem se desfaz de um cadáver, sem sentir luto ou pena. Acordaria todas as manhãs com a sorte do meu lado, se não tivesse escondido o tal catalizador de amar, tão bem protegido dentro do peito que nem mesmo o mais doce beijo é capaz de acender a luz que não existe num alçapão como a cabeça de alguém que desistiu de amar.


(Leandro)

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