28 de agosto de 2011

Segredos Noturnos


   Essa noite cheguei aqui com um motivo não muito claro pra mim, mas tinha certeza de sua existência. Mesmo que pelo decorrer do tempo e decorrer da música eu estivesse de olho em tudo que acontecia com você, não pude deixar de notar seu total descaso com meus sentimentos ou uma importância bem maquiada. Tenho certeza, você escondeu muito bem se existiu alguma coisa.
   Entre uma tragada e outra do mesmo cigarro, não conseguia ver seus olhos fixando nos meus. Mas conseguia sentir as dores de uma longa noite e de um sentimento voluntariamente reprimido e deprimido, um sentimento que criou outro sentimento dentro dele e fez um simples corpo sentir os efeitos dobrados. Alguns dias antes, segurei minhas lágrimas para elas não molharem minha imagem na sua frente, mas hoje isso perde os sentidos. Manchei minha imagem perante a você quando te liguei para dizer o que sentia. Guardei meu celular no bolso e com o que sobrou da ressaca sentimental, limpei minhas lágrimas e dei as últimas tragadas no último cigarro da noite.
   Tomei fôlego ao ouvir sua voz me consolando. A mesma voz que me fez sorrir e sofrer tantas vezes, está sendo usada para me acolher em um momento difícil, desabei. Não sei demonstrar meus sentimentos, mas agora sob efeito de uma química quase tão alucinante quanto a do amor fica extremamente fácil dizer ''eu te amo'' e fica ainda mais fácil admitir minha necessidade de você.
   Não culpe a bebida por estar me fazendo chorar, não se culpe por estar me fazendo chorar, me culpe por não ter chorado antes. Só vou pedir que você esqueça o terrível capitulo de hoje, esqueça dos ''eu te amo'' que disse e que ainda vou dizer. Por mais reais que sejam, merecem ficar guardados no mistério dessa noite.

E antes de entrarmos para o salão e começarmos a dançar novamente,
vou esclarecer apenas mais uma coisa:
Eu nunca diria essas coisas pra você se estivesse sóbrio.


(Leandro)

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